terça-feira, 9 de junho de 2015

MÚSICA E LITERATURA MARCARAM A POSSE DOS NOVOS ACADÊMICOS DA ACADEMIA DE LETRAS DE GRAVATÁ




Na noite fria  de sábado (06) de  junho, a poesia e discursos literários marcaram a posse dos novos acadêmicos que passaram a ocupar 5 novas cadeiras da Academia de Letras e Artes de Gravatá. 

O evento aconteceu no restaurante “Moinho”  e  foi  bastante prestigiado por entidades culturais a exemplo da  ALAOMPE através do Presidente  Dr. Ailton Santa Cruz, e demais autoridades Lucélia Gomes – Presidenta da Academia de Letras de Paulista, Dea Coirola – Govrenadora da Associação Internacional dos Poetas, Dr. Adeildo Nunes – Fundador da ALAG,Geraldo Ferraz – representando a UBE – União Brasileira de Escritores e a Academia de Letras do Nordeste, Terezinha Melo – Presidenta da Academia Escadense de Letras. Da Academia Morenense de Letras além de escritores e poetas.
Como não poderia ser diferente a literatura e a música marcaram o momento histórico na vida da entidade. O  professor/ Cantor Carlos Fester, Marquinhos dos Teclados que animou a noite e do jovem Felipe (Violinista) além de Dilma Salgado, que ao lado de Carlos Fester presentearam o público com a interpretação do Hino de Gravatá em alto estilo. Outro registro importante foi no momento da posse do Major Verceli que trocou o discurso pela música; usando seu sax  para tocar uma belíssima música e encantar aos presentes.
 Quem viu nascer a Academia de Letras e Artes de Gravatá, como o Dr. Adeildo Nunes, um dos fundadores da entidade, juntamente com o saudoso Dr. lamartine Farias, que foi o principal incentivador da criação em 27 de outubro de 1997. De  onde estiver deve estar muito feliz com a continuidade do trabalho, através dos seus confrades e confreiras, enfatizou um dos confrades.
Como também da posse festiva na noite de ontem (06) no restaurante O Moinho, dos novos Membros da Academia,  indicados por pessoas da sociedade local, todos com destaque na literatura, poesia de cordel, história local, Música, entre eles:

Dilsa Farias (Professora/Historiadora) Maria Ivoneide Calado (Escritora) José de Anchieta Antunes (Cronista, poeta, contista) Edson Francisco (poeta, professor, cordelista, declamador) Verseli Lins da Silva (Músico, Maestro, Major do Exército).
 

Sem dúvidas foi uma noite muito prestigiada, que contou com figuras ilustres, de todos os seguimentos sociais.
Cada acadêmico empossado, usou da palavra e todos eles, sem exceção falaram de seus Patronos, uma espécie de padrinho da arte, Dilsa farias/Patrono José Lamartine de Andrade Lima (1910-2003) José de Anchieta Antunes/ Patrono Ariano Vilar Suassuna (1927-2014) Maria Ivoneide Orlando de Arruda/Patrono Tomé Rios Monteiro (1910-2002) Edson Francisco dos Santos/Patrono Edgar Nunes Batista (1924-1999) Verceli Lins da Silva/Patrona Vanderci Lins da Silva (1929-2009).

A presidenta Vilma falou sobre a importância do momento de transformação que vive a ALAG: “Estamos procurando dinamizar nossas ações e com esta posse vamos fortalecer nossa academia com novas idéias e entusiasmo. Tudo em defesa das artes e das letras”. Concluiu.


Conheça mais sobre cada um dos novos acadêmicos da ALAG
José de Anchieta Antunes
A versatilidade, a ironia e o humor são as principais características da escrita desse olindense radicado em Gravatá há 18 anos. Escreve desde jovem, contudo não teve o cuidado de conservar seus textos, “deixando-os perdidos pelos caminhos da vida”. Somente após aposentadoria, passou a escrever efetivamente, publicando seus escritos. Dono de uma vasta cultura, escreve com certo requinte, com um vocabulário refinado, como quem dialoga com o leitor a fim de transmitir-lhe seu recado numa linguagem especial, refletindo sobre questões cotidianas, ora fazendo rir, ora promovendo reflexões sobre  acontecimentos corriqueiros.
Silencioso impulso
trafegando livre
entre letras e artes,
Descortinando horizontes
Tangendo para bem longe
O véu da ignorância
Tesouros deambulantes
Perdidos na urbe
Precisam sofregamente
Encontrar a paz na letra,
Sílex contundente
Eviscerando textos
                                                (Poeta Oculto – Trecho)
         ARIANO VILAR SUASSUNA (1927- 2014)
Dramaturgo, poeta, professor, romancista, defensor da cultura nordestina. Uma de suas maiores contribuições para a cultura brasileira foi a idealização do Movimento Armorial, que visa e desenvolver o conhecimento das formas de expressão populares tradicionais e, a partir delas, criar uma arte erudita. A Literatura de Cordel é tida como a bandeira do movimento. Para o dramaturgo, os versos tradicionais nordestinos eram a manifestação artística mais completa da cultura popular brasileira.

DILSA  MARIA FARIAS LOPES

O amor incondicional por Gravatá e sua história, pela gente que viveu e vive nessa terra, faz desta mulher um baluarte da preservação e do resgate da nossa história. Colecionando fotografias, histórias e recordações, ela mantém viva a memória da cidade nestes tempos  em que o passado parece perder a importância para muita gente. Quando escreve, revela um olhar apurado e uma sensibilidade marcante. Assim, seus textos são de uma simplicidade e de uma ternura inconfundíveis. Ricos em detalhes, seus artigos trazem a marca do tempo e nos falam de simplicidade, de gentileza, de amizade e da paixão pela vida, sobretudo nos fazem recordar momentos vividos com muita intensidade na pequena Gravatá de outrora.

“... Foi aí que a cortina da minha memória se abriu para resgatar uma época que estava prestes a continuar no anonimato para sempre. Percebi Gravatá, a cada dia, sofrendo transformações intensas, dividindo seu solo com moradores advindos de diversas cidades, e o passado se perdendo nessa evolução galopante, capaz de apagar tantas histórias de luta, de dedicação e de criatividade das pessoas que muito fizeram pelo nosso município. Dediquei-me com entusiasmo e amor, fazendo ressurgir fatos e fotos de uma linda época. Então, trouxe à tona, com muita receptividade por parte dos meus conterrâneos, a memória de Gravatá”.
                                                       (Trecho do artigo: Caso de amor)
JOSÉ LAMARTINE DE ANDRADE LIMA (1910 – 2003)
Importante vulto da história gravataense, intelectual, homem de negócios, empresário bem sucedido. Tinha um grande amor por essa querida terra, onde viveu até os 92 anos. Foi um dos fundadores da Academia de Artes e Letras de Gravatá à qual dedicou-se com muito zelo e afinco. Seu interesse intelectual voltou-se principalmente para a História, para a Poesia e para a Oratória, desde os tempos de estudante no Recife. Sempre escreveu versos, artigos e discursos - embora preferisse falar de improviso -   publicando-os  na imprensa e em livros.

EDSON FRANCISCO DOS SANTOS

Quem tem contato com a poesia de Edson Francisco, mergulha numa variedade de temas, como a paixão pela vida, a saudade, o amor, a simplicidade e o sertão... Seus textos traduzem uma ternura cotidiana, um gosto pela vida e um desejo de mundo melhor para todos. Como cordelista, destaca-se pelo verso bem marcado, pela firmeza das rimas e pelo olhar atento para as coisas simples. Assim, seus versos têm um humor agradável e uma ironia sutil, sem perder a simplicidade e o vínculo com a tradição do cordel nordestino. É declamador de memória privilegiada e, como tal, coloca-se como divulgador da poesia matuta e como defensor da cultura popular.
Eu planto versos
neste chão rachado
porque fui programado pra gostar de poesia
                  Eu cultivo cactos
                  ao longo do caminho
                  porque perto de espinho nascem fruto e flor
 Eu jogo sementes
em meio aos cascalhos
porque sei que o orvalho precisa de esperança
                  Eu rego flores
                  mesmo sem ter jardim
                  porque dentro de mim semearam amor
                                                                     (Explicação - Poema)
PATRONO:
            EDGAR NUNES BATISTA (1924 – 1999)
Homem de rara inteligência, de gênio expansivo. Funcionário público. Tinha grande paixão pela família, pela natureza, por Gravatá e pelas artes. Possuía diversos dons, entre eles, o de escrever. Amante das letras. Poeta popular. Seus cordéis revelam um olhar especial para os fatos pitorescos da cidade que amava, mostrando interesse pela gente simples, pelos tipos populares e pelos acontecimentos inusitados. Seu aguçado senso de humor fez dele um poeta de versos alegres e inesquecíveis.


MARIA IVONEIDE CALADO DE ARRUDA

Ivoneide Calado é dessas pessoas sobre as quais podemos dizer que “bebeu na fonte”, no que se refere à produção literária. Isso porque convive com a nata de nossos intelectuais, como secretária-executiva, há muito tempo, na Academia Pernambucana de Letras. Assim, foi aprimorando seu estilo prosaico sempre com o olhar debruçado sobre as artes e as letras, o que lhe permitiu desenvolver uma grande sensibilidade diante dos fatos da vida. Além disso, realiza trabalhos na área de comunicação com ênfase na dinâmica de grupo e nas relações interpessoais.
“O professor que também é educador sonha e age como cientista social, conhece o contexto de seus alunos; sabe interpretar seus problemas sociais e de aprendizado. Isso promove a troca de conhecimentos entre os seres humanos em construção, a fim de desenvolver grande trabalho de alcance cultural e social, pois aí se percebem os sentimentos de dor e de alegria, os momentos de sofrimento do aluno, as dificuldades de sua sobrevivência, o relacionamento em família e as reações no meio em que ele vive. Escutando o aluno, falando sua língua (interagindo), sem perder o equilíbrio e a dignidade, o professor consegue, sem artificialismos, plantar a confiança no grupo, buscar os melhores caminhos para conduzir sua mensagem ao coração e à mente de cada indivíduo”.
                                                              (Professor: um cientista social.)
PATRONO:
         TOMÉ RIOS MONTEIRO (1910 -  2002)
Alagoano da cidade de Maragogi, era filho de músicos. Viveu grande parte de sua vida em Gravatá onde trabalhou como cirurgião-dentista e constituiu família. Foi uma pessoa carismática, querida por seus amigos, um  típico cidadão gravataense, uma figura lendária, de vida tranquila, que amava esta terra incondicionalmente. Autodidata, seu interesse e sua busca pelo conhecimento foi uma de suas características mais marcantes, sobretudo na literatura.

VERCELI LINS DA SILVA
Apaixonado pela música desde a infância, Verceli tornou-se um músico de qualidade reconhecida e um maestro talentoso.  Tem trabalho prestado ao Exército Brasileiro, onde chegou ao posto de Capitão. Ajudou a fundar bandas em lugares como Garanhuns-PE e Marabá-PA. Em Gravatá foi maestro e presidente da centenária Associação Musical 15 de Novembro. É especialista em instrumentos de palheta (saxofone e sax tenor), é capaz de emocionar com seu som aveludado e cheio de requinte. Como maestro, graças a sua excelente educação musical, destaca-se pela performance e pelo perfil arrojado, apresentando um gosto especial pela música erudita.
Música é vida.
É missão que dá prazer.
É eternidade
É alimento para o espírito.
Quanto mais  se fala de música, mais  se tem o que falar.
Música é infinita e inesgotável como a vida.
Faz  bem a  todos – até aos animais.
A música tem força extraordinária
Tem tanto poder
Que qualquer ser humano
                        se dobra perante uma boa música.
                                                         
                                                                                (Depoimento)
PATRONA:
         VANDERCI LINS DA SILVA (1929 – 2009)
Natural de Gravatá – PE, Dona Vanda, como era conhecida, foi uma mulher de fibra que desafiou seu tempo e lutou corajosamente para educar seus quatro filhos (dois homens e duas mulheres). Pessoa caridosa, simples, prestativa e humana. Passou a vida fazendo o bem. Mulher intuitiva e carismática. Tinha um coração acolhedor. Deixou um exemplo de humildade e de respeito pelas pessoas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário