Na noite fria de
sábado (06) de junho, a poesia e
discursos literários marcaram a posse dos novos acadêmicos que passaram a
ocupar 5 novas cadeiras da Academia de Letras e Artes de Gravatá.
O evento aconteceu no restaurante “Moinho” e
foi bastante prestigiado por
entidades culturais a exemplo da ALAOMPE através do Presidente
Dr. Ailton Santa Cruz, e demais autoridades Lucélia Gomes – Presidenta da
Academia de Letras de Paulista, Dea Coirola – Govrenadora da Associação
Internacional dos Poetas, Dr. Adeildo Nunes – Fundador da ALAG,Geraldo Ferraz –
representando a UBE – União Brasileira de Escritores e a Academia de Letras do
Nordeste, Terezinha Melo – Presidenta da Academia Escadense de Letras. Da
Academia Morenense de Letras além de escritores e poetas.
Quem viu nascer a
Academia de Letras e Artes de Gravatá, como o Dr. Adeildo Nunes, um dos
fundadores da entidade, juntamente com o saudoso Dr. lamartine Farias,
que foi o principal incentivador da criação em 27 de outubro de 1997. De
onde estiver deve estar muito feliz com a continuidade do trabalho, através dos
seus confrades e confreiras, enfatizou um dos confrades.
Como também da posse festiva na noite
de ontem (06) no restaurante O Moinho, dos novos Membros da Academia,
indicados por pessoas da sociedade local, todos com destaque na literatura,
poesia de cordel, história local, Música, entre eles:
Dilsa Farias (Professora/Historiadora) Maria Ivoneide Calado (Escritora)
José de Anchieta Antunes (Cronista, poeta, contista) Edson Francisco (poeta,
professor, cordelista, declamador) Verseli Lins da Silva (Músico, Maestro, Major
do Exército).
Sem dúvidas foi uma noite muito
prestigiada, que contou com figuras ilustres, de todos os seguimentos sociais.
Cada acadêmico empossado, usou da palavra
e todos eles, sem exceção falaram de seus Patronos, uma espécie de padrinho da
arte, Dilsa farias/Patrono José Lamartine de Andrade Lima (1910-2003)
José de Anchieta Antunes/ Patrono Ariano Vilar Suassuna (1927-2014)
Maria Ivoneide Orlando de Arruda/Patrono Tomé Rios Monteiro (1910-2002)
Edson Francisco dos Santos/Patrono Edgar Nunes Batista (1924-1999)
Verceli Lins da Silva/Patrona Vanderci Lins da Silva (1929-2009).
A presidenta
Vilma falou sobre a importância do momento de transformação que vive a ALAG:
“Estamos procurando dinamizar nossas ações e com esta posse vamos fortalecer
nossa academia com novas idéias e entusiasmo. Tudo em defesa das artes e das
letras”. Concluiu.
Conheça
mais sobre cada um dos novos acadêmicos da ALAG
A versatilidade, a ironia e o humor são as principais
características da escrita desse olindense radicado em Gravatá há 18 anos.
Escreve desde jovem, contudo não teve o cuidado de conservar seus textos,
“deixando-os perdidos pelos caminhos da vida”. Somente após aposentadoria,
passou a escrever efetivamente, publicando seus escritos. Dono de uma vasta
cultura, escreve com certo requinte, com um vocabulário refinado, como quem
dialoga com o leitor a fim de transmitir-lhe seu recado numa linguagem especial,
refletindo sobre questões cotidianas, ora fazendo rir, ora promovendo reflexões
sobre acontecimentos corriqueiros.
Silencioso impulso
trafegando livre
entre letras e artes,
Descortinando horizontes
Tangendo para bem longe
O véu da ignorância
Tesouros deambulantes
Perdidos na urbe
Precisam sofregamente
Encontrar a paz na letra,
Sílex contundente
Eviscerando textos
(Poeta Oculto – Trecho)
ARIANO VILAR SUASSUNA (1927- 2014)
Dramaturgo, poeta, professor, romancista, defensor da
cultura nordestina. Uma de suas maiores contribuições para a cultura brasileira
foi a idealização do Movimento Armorial, que visa e desenvolver o conhecimento
das formas de expressão populares tradicionais e, a partir delas, criar uma
arte erudita. A Literatura de Cordel é tida como a bandeira do movimento. Para
o dramaturgo, os versos tradicionais nordestinos eram a manifestação artística
mais completa da cultura popular brasileira.
DILSA
MARIA FARIAS LOPES
O amor incondicional por Gravatá e sua história, pela gente
que viveu e vive nessa terra, faz desta mulher um baluarte da preservação e do
resgate da nossa história. Colecionando fotografias, histórias e recordações,
ela mantém viva a memória da cidade nestes tempos em que o passado parece perder a importância
para muita gente. Quando escreve, revela um olhar apurado e uma sensibilidade
marcante. Assim, seus textos são de uma simplicidade e de uma ternura
inconfundíveis. Ricos em detalhes, seus artigos trazem a marca do tempo e nos
falam de simplicidade, de gentileza, de amizade e da paixão pela vida,
sobretudo nos fazem recordar momentos vividos com muita intensidade na pequena
Gravatá de outrora.
“... Foi aí que a cortina da minha memória se abriu para
resgatar uma época que estava prestes a continuar no anonimato para sempre.
Percebi Gravatá, a cada dia, sofrendo transformações intensas, dividindo seu
solo com moradores advindos de diversas cidades, e o passado se perdendo nessa
evolução galopante, capaz de apagar tantas histórias de luta, de dedicação e de
criatividade das pessoas que muito fizeram pelo nosso município. Dediquei-me
com entusiasmo e amor, fazendo ressurgir fatos e fotos de uma linda época.
Então, trouxe à tona, com muita receptividade por parte dos meus conterrâneos,
a memória de Gravatá”.
(Trecho do artigo: Caso de amor)
JOSÉ LAMARTINE DE ANDRADE LIMA (1910 – 2003)
Importante vulto da história gravataense, intelectual, homem
de negócios, empresário bem sucedido. Tinha um grande amor por essa querida
terra, onde viveu até os 92 anos. Foi um dos fundadores da Academia de Artes e
Letras de Gravatá à qual dedicou-se com muito zelo e afinco. Seu interesse
intelectual voltou-se principalmente para a História, para a Poesia e para a
Oratória, desde os tempos de estudante no Recife. Sempre escreveu versos,
artigos e discursos - embora preferisse falar de improviso - publicando-os na imprensa e em livros.
EDSON
FRANCISCO DOS SANTOS
Quem tem contato com a poesia de Edson Francisco,
mergulha numa variedade de temas, como a paixão pela vida, a saudade, o amor, a
simplicidade e o sertão... Seus textos traduzem uma ternura cotidiana, um gosto
pela vida e um desejo de mundo melhor para todos. Como cordelista, destaca-se
pelo verso bem marcado, pela firmeza das rimas e pelo olhar atento para as
coisas simples. Assim, seus versos têm um humor agradável e uma ironia sutil,
sem perder a simplicidade e o vínculo com a tradição do cordel nordestino. É
declamador de memória privilegiada e, como tal, coloca-se como divulgador da
poesia matuta e como defensor da cultura popular.
Eu planto versos
neste chão rachado
porque fui programado pra gostar de poesia
Eu cultivo cactos
ao longo do caminho
porque perto de espinho
nascem fruto e flor
Eu jogo sementes
em meio aos cascalhos
porque sei que o orvalho precisa de esperança
Eu rego flores
mesmo sem ter jardim
porque dentro de mim semearam
amor
(Explicação - Poema)
PATRONO:
EDGAR NUNES BATISTA (1924 – 1999)
Homem de rara inteligência, de gênio expansivo.
Funcionário público. Tinha grande paixão pela família, pela natureza, por
Gravatá e pelas artes. Possuía diversos dons, entre eles, o de escrever. Amante
das letras. Poeta popular. Seus cordéis revelam um olhar especial para os fatos
pitorescos da cidade que amava, mostrando interesse pela gente simples, pelos
tipos populares e pelos acontecimentos inusitados. Seu aguçado senso de humor
fez dele um poeta de versos alegres e inesquecíveis.
MARIA IVONEIDE CALADO DE ARRUDA
Ivoneide
Calado é dessas pessoas sobre as quais podemos dizer que “bebeu na fonte”, no
que se refere à produção literária. Isso porque convive com a nata de nossos
intelectuais, como secretária-executiva, há muito tempo, na Academia
Pernambucana de Letras. Assim, foi aprimorando seu estilo prosaico sempre com o
olhar debruçado sobre as artes e as letras, o que lhe permitiu desenvolver uma
grande sensibilidade diante dos fatos da vida. Além disso, realiza trabalhos na
área de comunicação com ênfase na dinâmica de grupo e nas relações
interpessoais.
“O
professor que também é educador sonha e age como cientista social, conhece o
contexto de seus alunos; sabe interpretar seus problemas sociais e de
aprendizado. Isso promove a troca de conhecimentos entre os seres humanos em
construção, a fim de desenvolver grande trabalho de alcance cultural e social,
pois aí se percebem os sentimentos de dor e de alegria, os momentos de
sofrimento do aluno, as dificuldades de sua sobrevivência, o relacionamento em
família e as reações no meio em que ele vive. Escutando o aluno, falando sua
língua (interagindo), sem perder o equilíbrio e a dignidade, o professor
consegue, sem artificialismos, plantar a confiança no grupo, buscar os melhores
caminhos para conduzir sua mensagem ao coração e à mente de cada indivíduo”.
(Professor: um cientista social.)
PATRONO:
TOMÉ RIOS MONTEIRO (1910 - 2002)
Alagoano da
cidade de Maragogi, era filho de músicos. Viveu grande parte de sua vida em
Gravatá onde trabalhou como cirurgião-dentista e constituiu família. Foi uma
pessoa carismática, querida por seus amigos, um
típico cidadão gravataense, uma figura lendária, de vida tranquila, que
amava esta terra incondicionalmente. Autodidata, seu interesse e sua busca pelo
conhecimento foi uma de suas características mais marcantes, sobretudo na
literatura.
Apaixonado pela música desde a infância, Verceli
tornou-se um músico de qualidade reconhecida e um maestro talentoso. Tem trabalho prestado ao Exército Brasileiro,
onde chegou ao posto de Capitão. Ajudou a fundar bandas em lugares como
Garanhuns-PE e Marabá-PA. Em Gravatá foi maestro e presidente da centenária
Associação Musical 15 de Novembro. É especialista em instrumentos de palheta
(saxofone e sax tenor), é capaz de emocionar com seu som aveludado e cheio de
requinte. Como maestro, graças a sua excelente educação musical, destaca-se
pela performance e pelo perfil arrojado, apresentando um gosto especial pela
música erudita.
Música é vida.
É missão que dá prazer.
É eternidade
É alimento para o espírito.
Quanto mais
se fala de música, mais se tem o
que falar.
Música é infinita e inesgotável como a vida.
Faz
bem a todos – até aos animais.
A música tem força extraordinária
Tem tanto poder
Que qualquer ser humano
se dobra perante uma
boa música.
(Depoimento)
PATRONA:
VANDERCI LINS DA SILVA (1929 – 2009)
Natural de Gravatá – PE, Dona Vanda, como era conhecida,
foi uma mulher de fibra que desafiou seu tempo e lutou corajosamente para
educar seus quatro filhos (dois homens e duas mulheres). Pessoa caridosa,
simples, prestativa e humana. Passou a vida fazendo o bem. Mulher intuitiva e
carismática. Tinha um coração acolhedor. Deixou um exemplo de humildade e de
respeito pelas pessoas.